sábado, fevereiro 17, 2007

Por que o Cristianismo não faz sentido

Achei hoje esse video no You Tube e ví nele muito do que eu pensava.

As cenas são chocantes mas não é mais chocante do que aquilo que nos vem sendo empurrado goela abaixo nos últimos 2.000 anos.

Quem tiver banda larga e achar que é mais útil do que ficar vendo programação de carnaval na televisão, boa diversão.

Hoje eu to muito gripado pra ficar escrevendo muito. Mas esse video passa muito do que eu penso. Usem um fone de ouvido. A musica é de primeira qualidade.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A Morte do Carnaval e a Maldição do Funk


A imagem acima diz muita coisa. Talvez tudo.

Quando eu era criança ou até mesmo adolescente, havia carnaval. Hoje há apenas barulho, funk e baderna pelas ruas. Não necessáriamente nessa ordem.

Moro num paraíso chamado Arraial do Cabo (paraíso no sentido meramente geográfico) mas me criei a vida inteira no subúrbio carioca de Bangu.

Ainda agora minha esposa me pediu um "cachorro quente de rua" e lá fui eu atender um desejo de mulher grávida. Fui na pracinha mais próxima procurar pelo bendito cachorro quente.

Foi até ilusão de minha parte, mas acabei esperando ver o que eu via em minha não tão recente adolescencia nos dias de carnaval. Fiquei procurando alguém fantasiado...talvez um Clóvis!

Nossa....Clóvis pra quem nunca viu um , era uma fantasia muito comum no Rio de Janeiro. Feita de cetim multicolorido, uma máscara que lembra um palhaço e um bate bolas na mão. Eu mesmo cheguei a usar um treco daqueles lá pelos meus 15 ou 16 anos de idade. Bons tempos...

Mas o que ví foi gente sem camisa, meninas com pouca ou quase nenhuma roupa, barzinhos 'pé sujo' lotados e ... o maldito Funk.

Fica difícil pelo menos pra mim entender Carnaval sem samba ou pelo menos as velhas marchinhas de carnaval. Bem, eu podia até querer ver um frevo, um bumba-meu-boi, mas cacete....algo que realmente remetesse à cultura popular brasileira.

Compro o cachorro quente e venho andando pra casa. Olho pro outro lado da rua e vejo um carro estacionado com o porta malas levantado e uma caixa de som dentro. Mais uma vez o que se ouve é o maldito Funk.

Entrei em casa. Voltei ao portão. Queria olhar pra cara das pessoas que estavam próximas e tentar entender a 'magia' daquela bela canção entoada pela artista com o sugestivo nome de "Tati Quebra Barraco".

Olhei para aquelas pessoas e não ví sequer expressão de alegria. Também não estavam tristes.
Provavelmente também não estivessem pensando. E eu alí tentando entender o por que do Funk.

Aliás, outro dia me perguntei porque eu nunca tinha escutado uma sinfonia de Beethoven num carro de som parado em frente a um coreto. Qual o problema? É só botar alto e também vai fazer bastante barulho, já que não é pra se entender bulhufas mesmo.
Também não me recordo de ter escutado Led Zeppelin, Eric Clapton, Hendrix, Janis Joplin, Beatles, Legião Urbana, Kid Abelha, Djavan ou Zeca Pagodinho (já que não é pra se escutar samba...).
Mas não ... só se ouve o maldito funk.

Nesse momento já são quase meia noite. O carro com o som alto ainda lá está. Daqui a pouco eu vou querer ir dormir. Esse som vai ter que diminuir ou parar. Se isso não acontecer, terei que chamar uma viatura de polícia pra acabar com o 'carnaval' do dono do carro de som.

Obs: é proibido carro de som aqui na cidade. Lei municipal que vez por outra se cumpre sempre que devidamente denunciado. Mesmo no carnaval.

As pessoas talvez gostem de funk pelo mesmo motivo que gostam de igrejas. Por se tornar mais fácil.
Ainda agora ouví uma frase de uma 'canção' do funk que tava rolando no carro de som. Dizia mais ou menos assim: " Não gosto de Piru pequeeeenooooooooooooooooooo ".
Simples não? quem passa e ouve já fica ciente que pênis diminutos não serão bem vindos por aquelas redondezas. Uma maravilha da comunicação esse funk!

A culpa pelo gosto do povo pelo funk é mais uma vez de nós mesmo. Da sociedade falida.
Pra que tanta mão de obra pra se cantar uma mulher, com aquele velho papinho de pé de orelha se vivemos a época do "já é" e do " formou" ?

O funk diz tudo que você não aprendeu a dizer, ou talvez tudo que não te ensinaram a dizer.
Claro que eu não vou nem citar os funks com alusão à criminalidade pra não me tornar óbvio demais. Prefiro me ater no que tange à burrice que é imposta diariamente ao ser humano.

O carnaval acabou por si só e o funk apenas ocupou um espaço vazio. Os espaços vazios da sociedade falida costumeiramente são preenchidos por aquilo que não presta e com o carnaval não seria diferente.

Eu olho realmente e sinceramente com olhos de comiseração para essas pessoas que nesse momento estão na rua ao redor do dito carro de som que motivou meu post.
Sinto e lamento por eles, por mim e por aqueles que viverão as próximas décadas.
Daqui a uns anos vou querer dizer pro meu filho que a gente jogava confeti e serpentina em cima dos Clóvis que vinham com seus bate bolas pra cima da gente, que havia sambinhas com inteligentes duplo sentido pra gente cantarolar, que as meninas usavam roupas insinuantes mas ainda assim usavam algo que se podia dizer que estavam vestidas. Vou querer dizer que haviam desfiles de blocos de rua, de escolas de samba, dizer que as pessoas ficavam vendo desfiles de fantasias pela televisão e torciam pelos resultados finais, etc...

E corro o risco de meu filho me olhar pensando: Coitado...papai hoje fumou um bagulho muito doido e surtou de vez.
Pobre civilização.
Viva a Tati Quebra Barraco, essa musa da nova musica popular brasileira.

domingo, fevereiro 11, 2007

Joãozinho Arrastado, Universos Paralelos e outras Bizarrices...



Somente hoje tive cabeça para ler com calma o ocorrido com Joãozinho dias atrás.

O menino foi arrastado pelo carro da mãe após o mesmo ter sido levado por assaltantes num subúrbio do Rio de Janeiro (o lugar fica bem próximo ao meu local de trabalho).

Sem querer comparar mas apenas lembrando, há cerca de dois anos uma cadela de nome "Preta" também foi arrastada por um grupo de rapazes. Parece que não deu em nada.

Nem vai dar.

Já com Joãozinho, que não é a "Preta" e é branco (o trocadilho foi proposital), a história será diferente. Afinal, saiu em todos os jornais e parece que já acharam todos os respónsáveis.
Não que se não fosse branco não desse em nada. Mas poderia não dar.
Não defendo cota racial, mas também não defendo diferença de tratamento entre brancos e negros. Nem pra um nem pra outro. E eu sou branco.


Sem querer defender quem não merece defesa, eu faço uma pergunta.

Imagine que você roubou um carro. Imagine que você botou todos os ocupantes pra fora. Ou pelo menos achou que botou.

Imagine que voce agora arranca com o carro e sái em fuga. Imagine que você está sendo perseguido. Imagine que se você parar porque tem uma penca de gente gritando na rua, quem vai virar carne moida vai ser você...


Claro que essas pessoas vão pra cadeia, isso não há duvidas. Mas não se pode deixar isso mascarar a situação de violencia no mundo e o que está levando a essa violência.


Joãozinho foi arrastado não pelo cara que talvez nem tenha visto que ele ficou preso pelo cinto (ou que até o soltaria se achasse que não seria linchado segundos depois).

Joãozinho foi arrastado pelo sistema capitalista do mundo em que vivemos.

Eu ajudei a matar o Joãozinho. Talvez você que esteja me lendo também tenha ajudado.


Todos que compartilhamos do estado de coisas em que se encontra o mundo, ajudamos a matar o Joãozinho e a população do Iraque.

Estamos atônitos com o caso do menino por ser uma criança e por sequer gostarmos de imaginar a cena que se passou pelos ditos 15 minutos em que o menino foi arrastado.

Sim, isso choca. Mas não é pior do que acontece diariamente por aí e sequer temos notícia.


Sinceramente, sou um pessimista em relação a nosso mundo.

Acho que tudo vai realmente piorar a cada dia. Pelo menos é isso que venho acompanhando há 36 anos por mim vividos e não vejo sintomas de mudança para melhor.

Como a 'merda', a cada vez que se mexe, mais ela fede.

Torço realmente que todas as minhas previsões religiosas estejam erradas e que "jesus" volte logo por entre as nuvens e acabe logo com essa bagunça.

Porém, entendo que 'deus' move o céu inteiro por aquilo que o ser humano não seja capaz de fazer...mas não move uma só palha por aquilo que ao homem compete fazer.


Sendo assim, acho que 'ele' não vai dar as caras por aqui tão cedo...


Não sei qual futuro terá o meu filho que está pra nascer em 6 meses. Não sei qual futuro me aguarda daqui a 6 minutos também. Mas o certo é que o estamos construindo nesse exato momento.


Uma ocasião convesando com um amigo da turma dos Bruxos Poderosos, falavamos sobre a possibilidade dos universos paralelos. O assunto me encanta tanto quanto me alucina. Falar sobre isso é falar que um dia Joãozinho não mais será arrastado pelos ladrões do carro da mãe.

É falar que Saddam Hussein um dia não será mais enforcado em meio a gargalhadas sádicas.

Falar de universo paralelo, é também dizer que um dia, Cristo não precoisará mais ser crucificado para que o planeta chore por ele como chora até hoje.


A teoria dos universos paralelos diz que vivemos em dimensões, como que na casca de uma cebola. Ao término do ciclo dessa casca, o que ficou marcado passará a macular "o filme" que se passa na casca subsequente... (não, estou apenas tomando um inocente cálice de vinho. E estou no primeiro). O amigo Sombras vai querer rancar meu couro, porque eu sei que ele não concorda, mas ainda assim é meu amigo (risos).


Nos universos paralelos, a vida nada mais é que uma imagem plasmada. Não tem a ver com reencarnação, mas lembra.

É como se nossas atitudes de agora, marcassem nossas próprias existências em outro plano de vida que está acontecendo ao mesmo tempo.

Exemplo: ao mesmo tempo que o Herege escreve esse blog, isso pode estar resultando numa população mais esclarecida (ou mais imbecilizada, quem sabe...) na 'casca da cebola' subsequente.


O espiritismo de Kardec pode não estar de todo bolorento se pegarmos por aí.

O próprio Kardec dizia que antes do advento da codificação do espiritismo, o mundo não estava preparado para receber tal esclarecimento, portanto , não vejo motivos para que TUDO não tenha sido revelado por ele. (por favor, não estou aqui flertando com o espiritismo, ok....estou apenas pensando)


Aliás, o menino Joãozinho era Kardecista e frequentava o centro espirita Leon Denis no mesmo suburbio carioca onde o fato ocorreu. Conheço bem aquele lugar. Conheço o lugar e seus partícipes.

Não estranhem se dentro de alguns dias (se é que já não rolou...) aparecer alguma mensagem supostamente ditada por Joãozinho justificando sua morte dizendo que ele participou de alguma gincana Romana, onde o adversário derrotado dentro da arena, era arrastado até a morte pelo carro de rodas de madeira puxado por cavalos. (vide filme Ben Hur)

Isso seria bem clichê.


O fato é que Joãozinho morreu, daqui a uma semana começa o carnaval e ninguém vai mais falar sobre isso a não ser a familia do menino e o Jornal Nacional (enquanto der audiencia).


Ah, sim...a foto lá em cima é pra pensar um pouquinho. Causou revolta? Acontece todo dia ao contrário com esse e outros animais e acham tudo normal...


Mas já é quase carnaval, deixa isso pra lá né. (Vaaaai comeeçar! Vai co-me-çaaarrr!....)
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