quinta-feira, março 29, 2007

Traição Virtual - A Internet re-inventou a infidelidade?




Outro dia peguei uma revista velha e ví o tema de capa: Traição Virtual.


Achei interessante e comecei a ler a matéria. Para minha surpresa, uma amiga pessoal (existe amigo impessoal? eu hein...) dava seu depoimento sobre o assunto, inclusive contando a respeito de uma situação que havia vivenciado.

Lí os demais e ... fiquei surpreso como ninguém tocou numa tônica que pra mim é lógica nesse assunto.


A fantasia.


A gente pode até começar dizendo que traição não existe (sem aquela frase babaca de que chifre é coisa que colocaram na sua cabeça...).


Na verdade, ninguém trái ninguém.


Trair é quebrar a confiança.


É mentir.


Quando você se interessa por uma pessoa através de contato informatizado, é a mesma coisa que se interesasse por essa mesma pessoa enquanto toma um cafezinho num botequim.


O flerte é o mesmo.


O que muda é a abordagem.


Alguns pode dizer: Ah, Herege....mas não há contato físico!


Ora, não há contato físico e também não há a exposição, o que facilita muito a, digamos, 'impunidade' do fato.


A realidade é que os tímidos fazem a festa no contato virtual.


O tímido, o feio, o careca, o sem dente, o pobretão que só anda de ônibus, etc...o ambiente virtual é a festa do pijama dessas criaturas.


O ser humano vive a fantasia de ser diferente da sua dura realidade.


Quando a traição se consuma, ou seja, quando há o contato físico, ela deixa de ser virtual e passa a ser um caso amoroso REAL e não mais virtual.


Existem ainda pessoas que tem a "sindrome de Don Juan", que se caracteriza pelo romantismo compulsivo.


Uma ocasião em uma entrevista, o cantor Fábio Jr. se disse um romantico compulsivo. Afirmou que tinha a necessidade de estar sempre se relacionando amorosamente com pessoas diferentes....e daí?


Bem, e daí que ele se casava com as pessoas. Esse o único problema.


A chamada traição virtual nada mais é que uma paquera normal. A diferença é a fantasia.


O mistério dá tesão.


Uma mulher com pouca roupa, chama mais atenção que uma outra totalmente nua.


O desejo muitas vezes vem do não saber.


Somos atraidos pelo misterioso. É o nosso lado chimpanzé.


A grande maioria dos ditos 'casos amorosos virtuais' se dão em conversas cuja distância é quase sempre superior a uns 300 km....no mínimo.


Ora, pra que ter um caso virtual com a mulher que mora na rua de trás? Mais fácil levar logo prum motel e faturar a baranga, não é mesmo?


Mas não.....o "traidor" virtual em geral nunca vai ver a sua doce metade.


É como uma dança onde ambos são compadres. Eu não te visito e você também não me apareça por aqui....mas não pode deixar de conectar no horário combinado!


Ah, claro....e traição virtual também tem ciume. Nunca do marido ou da esposa.


Sim, a coisa é tão louca que há uma permissividade quase que imposta.


Há inclusive a possibilidade de se um dos lados abandonar o seu par real para ir viver a aventura amorosa fora do 'cyber ambiente', do seu paquera "roer a corda" e não querer mais.


Sim, o caso virtual foi feito pra ser virtual.


É quase uma punheta.


Eu tenho um sobrinho que diz que já comeu todas as atrizes da Globo no banheiro da casa dele. Mas que ele gosta de 'variar' pra não enjoar de nenhuma delas...isso sim é que é fidelidade e respeito!


Caso virtual não fica grávida.


Caso virtual nunca fica com a mão cheirando a alho depois de temperar a carne do jantar.


Caso virtual não ronca nem tem mau hálito quando acorda.


A possibilidade de uma traição virtual se consumar é pequena demais.


Porém, incomoda tanto quanto uma traição real.


Incomoda porque o ser humano gosta de exclusividade.


A sua mulher talvez não gostaria que você se masturbasse pensando na Siri do BBB.


Do mesmo jeito que ela talvez não se incomodasse se você fosse almoçar com a Heloisa Helena do PC do B...qual o problema em ter um encontro com uma feiosa, não é mesmo?


Ninguém gosta é de se sentir ameaçado.


A incerteza incomoda. E incomoda mais ainda o indivíduo de auto estima baixa.


A internet não re-inventou a infidelidade. A internet apenas facilitou o acesso.


Se voce tem em sua casa uma pessoa capaz de ter uma relação fora do seu casamento, não vai ser a internet que vai fazê-lo concretizar isso ou não. Ela vai no máximo facilitar.


Mas o fato é que você já é corno...apenas ainda não houve a oportunidade.


E, pasmem, essa oportunidade pode surgir e ainda assim nada acontecer.


Isso porque o traidor virtual é um fraco.


Bem, se quisermos também podemos vê-lo como um forte e tratá-lo como um herói.....observem.


O indivíduo pode estar satisfazendo as suas fantasias mais íntimas pela internet e com isso preservando a candura e a estabilidade social e religiosa de seu lar-doce-lar. E isso é bom, não é?!?


Tudo vai do ponto de vista.


E essa é uma discussão tipicamente aberta. Eu apenas tenho a minha opinião e pra variar nenhuma certeza.


Talvez o mundo em que vivemos seja um grande ambiente virtual onde todos temos certezas demais e questionamentos de menos.


Talvez seja o momento de repensar valores e tentar enxergar além do véu.


Afinal, quem nunca teve um casinho pela internet, mesmo estando solteiro....que atire o primeiro mouse!


E você.....já deu a sua trepadinha virtual hoje?



Atenção: Esse site é melhor visualizado por quem não tem medo de enxergar