domingo, abril 26, 2009

Pêra, Uva, Maçã ou Salada Mista?




Não sei se tem acontecido em outras capitais brasileiras, mas um fenômeno que se tornou comum no Rio de Janeiro, sobretudo no último ano, vem chamando a atenção de muita gente, positiva e negativamente.

A proliferação de mulheres frutas, legumes e afins tomou tamanha proporção que não poderíamos deixar passar em branco. Afinal, tais mulheres chamam a atenção muito mais por seus atributos físicos do que por seu ‘intelecto marcante’. E, cá entre nós, muitas dessas moças possuem formas tão exuberantes que seria impossível não notá-las.

Melancia, Melão, Moranguinho, Maçã, Samambaia, e a mais nova sensação do momento, a Mulher Caviar. Me pego pensando na criatividade dos ‘agentes’ para batizar as beldades, principalmente no caso desta última. Por que caviar? De duas uma: ou é amargo e difícil de engolir, ou então só rico pode comer (eu apostaria todos os meus 25 centavos disponíveis no momento nesta segunda opção).

O que me deixa pasmo é que essas meninas, sem nenhum atributo especial além da beleza física, são elevadas à categoria de celebridades, sendo convidadas para programas de televisão, perseguidas por fotógrafos, integrando pauta de programas de fofocas. Mais ainda, os jornais mais populares da Cidade Maravilhosa mantêm colunas especiais só para falar dessas personagens.

Mais triste ainda é o fato dessas moças estarem diretamente ligadas ao cenário musical carioca. Muitas delas começam como dançarinas, e sem nenhum talento vocal especial são ‘pinçadas’ pela indústria fonográfica, dado à atenção que chamam, principalmente do público masculino.

Tudo bem que, na maioria das vezes elas estão ligadas somente ao funk e que, na opinião deste que lhes escreve, não deveria sequer ser considerado música, mas o espaço que tem sido dado a elas é, no mínimo, exagerado.

É de se indignar que o cenário artístico-cultural que produziu Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Cartola, Noel Rosa e tantos outros esteja hoje refém de um traseiro ambulante que remexe na “Velocidade Seis”.

É claro que essa exploração das formas físicas femininas não é novidade, e nem é exclusividade carioca. Dançarinas de Axé na Bahia, de Forró no Ceará, de Frevo no Recife, de Calipso no Pará e em tantas outras partes do país mostram seus corpos seminus há muitos anos, com o claro intuito de atrair público para bandas de talento musical às vezes duvidoso. Ao menos, estas ainda não se meteram a cantar.

Por sorte, parece que a Região Sul ainda não foi afetada por esse strip-tease gratuito. Talvez devamos isso à condição climática desta região, o que torna mais difícil tais aparições públicas em trajes sumários.

Não há dúvidas de que tais fenômenos só persistem porque ainda existe quem os compra. Isso é triste, já que mostra a qualidade cultura da maioria do nosso povo. E é essa a imagem do nosso país que ainda é vendida no exterior. Não por acaso, ainda somos o principal destino dos interessados em turismo sexual ao redor do mundo.

E antes que alguém teça algum comentário mais áspero, faça o seguinte teste: entre em uma comunidade carente do Rio de Janeiro (ou de qualquer outra capital brasileira) e ofereça a um indivíduo a opção de escolher entre assistir a uma peça teatral baseada na obra de Sheakspeare ou a um show da Gaiola das Poposudas. Garanto que nove entre dez pessoas escolherão a segunda opção.

Infelizmente, essa é uma realidade que está longe de mudar. E enquanto a mídia der espaço para a apelação sexual dessa maneira, continuaremos distantes de um fim diferente.

Nas palavras de Roger, do Ultraje a Rigor, “esse nosso lance anda complicado, é baixaria, dor de corno e bunda pra todo lado...”.

Fraternais Abraços.
Porthus.

5 Quem ama Comeeeennnttaaaaa:

Blogger MAGALI said...

Olá Herege!
Seu blog é superinteressante,por avor coloque um link para "seguidores" do blog,seria muito legal e mais ácil acompanhar as suas postagens...
Bjus....fui

5:41 PM  
Blogger Porthus said...

Olá Magali...
Obrigado pelo comentário.
Fique à vontade para voltar quando quiser, e quanto ao link, tentaremos viabilizar conforme sugeriu.
Beijos respeitosos.
Porthus.

12:30 AM  
Blogger Débora L. Freitas said...

Aqui no Sul AINDA não chegou essa mania inútil, mas musicalmente falando, esse inferno já tá invadindo os ouvidos dos gaúchos: "meu amor, me fez feliz, me deu um pé na bunda...". Esse é o primeiro passo para a desgraça.
É uma pena...

3:08 PM  
Blogger Sombras Somente said...

Ah, meu amigo bruxo !
A beleza ( ou apenas avantajados dotes físicos ? ) nunca esteve tão na moda.
Uma bela bunda ( ou apenas super saliente ? ) rende mais do que um intelecto interessante.
Eu adoro essas bundas, só não suporto vê-las cantando. São sons piores do que suas próprias flatulências. Mas é preciso entender que a grande massa dessa nação já se acostumou, em todos os sentidos, a viver na m...
Temo que mais m... virá então.

10:13 AM  
Anonymous Anônimo said...

Há, sombras! Chegou onde eu queria!

Sabe quem produz a abundância toda?!

Homens.

Homens AMAM bundas. Homens deliram em bundas.

Homens abandonam lares temporariamente e atravessam cidades por conta de bunda.

HOmens torram dinheiro com revistas que mostram bundas.

E as mulheres?

Algumas se preocupam em aprender a pensar, mas, mesmo essas, adoram sair produzidérrimas e dançar feito loucas mexendo as abundâncias, porque sabem que assim, dessa forma, chamam atenção dos homens.

Sabe de onde vem isso?

Instinto animal de sobrevivência.

Dança - e trilha sonora - do acasalamento, baby!

Nessas horas fulaninho deixa o som no mudo, mas admira as curvas. FATO.

Então não me venham reclamar dessas horataliças a menos que goste de outra fruta. (ui!)

Sei... As SUAS mulheres precisam ser uma lady na sociedade e uma... melancia na cama!

Enquanto isso vcs se divertem com as samambaias alheias...

Ai, ai...

Homens!

Beijos amorangados!

1:09 PM  

Postar um comentário

<< Home

Atenção: Esse site é melhor visualizado por quem não tem medo de enxergar